Contraste entre Cristo e os homens
mortais – “No primeiro caso, os que recebem os dízimos são homens mortais; lá, porém, se trata de
alguém do qual se declara que vive” (cf.
Hb.7:8). Aqui contrasta-se “homens mortais” com aquele vive [atualmente]
– Cristo. Este versículo simplesmente não faz lógica para os imortalistas. Em
primeiro lugar, porque os que recebem o dízimo “no
primeiro caso” (pelo contexto, os levitas – cf. Hb.7:5,6) também
deveriam estar vivos assim como Cristo, pois seriam imortais através de uma
alma eterna que lhes teria sido supostamente implantada.
Em segundo lugar,
o contraste que faz o autor de Hebreus é muito claro: Jesus é aquele “que se declara que vive”, ao contrário dos demais homens! Ora, se existisse a imortalidade da
alma então aqueles homens também estariam vivos e, portanto, o contraste ali
apresentado seria nulo e sem sentido. Novamente vemos a distinção entre Cristo
e os outros que já morreram, assim como a antítese entre Cristo e Davi (cf.
At.2:34), e entre Cristo e os demais (cf. At.19:25), vemos também aqui o fato
de que os homens são mortais, mas Cristo vive!
O texto original
do grego traz: “apothnesko anthropos”
– homens mortais – e, em seguida,
aplica os termos gregos: “ekei de” – lá, porém. Veja que o autor faz questão
de ressaltar o caráter de um contraste. A última palavra deixa
claro uma condição: “mas; porém; contudo”.
Ele ressalta um nítido contraste, uma antítese, entre um grupo (levitas) e o
outro (Cristo). Após ressaltar que estava elaborando um contraste entre um e
outro grupo, ele declara que a respeito de Cristo: “marturoumenos oti zê" – testemunha
que vive.
Em outras
palavras, dado o devido contraste, Cristo continua vivo e os outros não; à
Cristo se declara que vive, aos outros homens se declara que são mortais; é
muito claro a partir deste versículo que Cristo está atualmente vivo, ao
contrário dos demais homens. Aqui são homens que estão mortos; lá, porém, trata-se de alguém que está vivo. Embora na teologia imortalista
todos os que morreram já estão vivos em algum lugar (até mesmo junto com o próprio Cristo), o autor de
Hebreus faz o contraste e distinção entre ambos – lá estão mortos, aqui está
vivo!
Isso provém do
fato de que Jesus já ressuscitou antes (cf. 1Co.15:22,23) e, por isso, vive. Os outros, contudo, esperam a
ressurreição (sem vida), o que explica o nítido contraste feito pelo escritor
de Hebreus, entre o Cristo vivo e os demais mortos. Se tanto Cristo quanto os
outros homens que morreram estivessem todos vivos, então a antítese
perderia completamente o seu sentido. Só entende esta passagem quem realmente
crê que não existe vida entre a morte e a ressurreição, sendo a morte o fim da
existência. A passagem é uma prova
incontestável de que Cristo está vivo e os outros do “primeiro caso” estão,
realmente, mortos - sem vida.
Antítese entre os que morrem
e o que permanece eternamente – “E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número,
porque pela morte foram impedidos de permanecer. Mas este, visto que vive para sempre, Jesus tem um sacerdócio permanente.
Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus,
pois vive para sempre para interceder por eles” (cf.
Hb.7:23-25). Aqui vemos que o motivo pelo qual Cristo tem um sacerdócio perpétuo
provém do fato de que ele permanece [vivo]
para sempre!
Ora, se os homens
subsistissem fora do corpo em estado desencarnado por meio de uma alma imortal,
segue-se então que eles também permaneceriam para sempre. Novamente, vemos como
é confusa a doutrina imortalista, porque de novo faz com que o contraste feito
pelo escritor seja fútil, sem sentido, pois ambos permaneceriam para sempre. Se
Cristo permanecesse vivo para sempre e os outros também, isso não seria antítese coisa nenhuma. Isso ignora
completamente o contexto bíblico e o fato de ele aplicar a partícula grega “de” – mas; contudo; entretanto.
É muito claro que
se trata de uma antítese, de um contraste entre o Cristo que está vivo e os
demais que estão mortos. Se seguimos a lógica incontestável de que os que já
morreram realmente estão sem vida (pois não existe forma de vida consciente
entre a morte e a ressurreição), então tudo começa a fazer sentido. A morte os impede de permanecer (v.23);
mas Cristo vive para sempre (v.25),
porque tem um sacerdócio perpétuo proviniente do fato de que permence vivo
eternamente (v.24)!
Novamente, vemos
que toda a antítese aqui feita revela-nos que a doutrina da alma imortal não
bate com o que é nos dito. Afinal, os dois grupos viveriam para sempre e os
dois grupos permaneceriam eternamente vivos. Isso significa contrariar o
pensamento do autor, que segue uma lógica incontestável: Cristo está vivo; os demais, mortos.
Paz a todos vocês
que estão em Cristo.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
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-Não deixe de acessar meus outros sites:
- Preterismo em Crise (Refutando o Preterismo Parcial e Completo)
Esse blog precisa ser mais divulgado, ficou bom demais. Tenho alguns argumentos também sobre o tema inferno.
ResponderExcluiraroeirasdecoreau01.blogspot.com.br
Olá, Lino, obrigado. Vou acrescentar seu blog à lista de sites recomendados de meu outro blog (apologiacrista.com), grande abraço!
ResponderExcluirCaro Lucas! Se em Deuteronômio 34:5, diz que Moisés "morreu" (e isso é confirmado pelo próprio Deus, em Josué 1:2, que diz: "Moisés meu servo é morto"), como explicar, então, que esse mesmo Moisés, que, segundo tens ensinado, se morre, não pode subsistir fora do corpo ou antes da ressurreição, reapareceu na transfiguração de Cristo - Lc 9:30? E, estaria Jesus confirmando um pensamento errôneo, quando disse que "um espírito não tem carne nem ossos como eu tenho" - Lc 24:39? Pelo contexto dessa última referência, certamente Jesus não estava se referindo aos anjos (Hb 1:13,14), mas a pessoas, pois Cristo não fez referencia a anjos, uma vez que o pensamento mais óbvio que poderia ter vindo à mente dos discípulos é que Jesus era um espírito (fora do corpo), ao que Ele disse: "um espírito não tem carne nem ossos como eu tenho" - Lc 24:39. Paz de Cristo!!!
ResponderExcluirSobre Moisés já foi explicado aqui:
Excluirhttp://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2013/08/o-que-moises-fazia-vivo-no-monte-da.html
Sobre o texto de Jesus falando que não é um espírito, já foi explicado aqui:
http://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2013/08/um-espirito-nao-tem-carne-e-ossos.html
Boa leitura.